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Celebrando o aniversário de 30 anos de Plum Village com meditação, felicidade, harmonia & cura






Belas e inspiradoras imagens do Retiro de 21 Dias 2012 "The Science of the Buddha" em Plum Village, por David [Chan Tri Ha]


Paz e alegria para todos!
Tâm Vãn Lang

O que é Nirvana?



No Budismo, falamos em Nirvana como sendo a cessação de todo o sofrimento. Nirvana é a extinção de todo o sofrimento. 

Mas nosso sofrimento vem das nossas percepções errôneas: avídea, engano. Por isso, a prática da meditação, a prática de olhar profundamente tem o propósito de remover as percepções errôneas de nós. Se formos capazes de remover as percepções errôneas, seremos capazes de nos libertar das aflições que sempre surgem a partir delas. 

Estamos praticando o amor por nós mesmos?


Em nossa sanga budista, a comunidade é o cerne de tudo. A sanga é uma comunidade onde deve haver harmonia, paz e compreensão. Isto é algo criado através da nossa vida cotidiana. Se existir amor na comunidade, se estivermos sendo nutridos pela harmonia da comunidade, então nunca nos afastaremos do amor.

A razão pela qual poderíamos perder isso é porque estamos sempre buscando fora de nós, pensando que o objeto ou ação do amor está lá fora. Por isso permitimos que o amor, a harmonia, a compreensão madura, escapula de nós mesmos. Eu acho que este é o ponto básico. Por isso temos que retornar à nossa comunidade e renová-la. Assim o amor renascerá. Compreensão e harmonia renascerão. Esta é a primeira coisa.

A segunda coisa é que nós mesmos precisamos de amor. Não é só a sociedade, o mundo exterior, que precisa de amor. Mas não podemos esperar que o amor venha de fora de nós. Deveríamos perguntar se somos capazes de amar a nós mesmos, assim como aos outros. Estamos nos tratando amavelmente – pela forma como comemos; pela forma como bebemos; pela forma como trabalhamos? Estamos nos tratando com suficiente ternura e paz? Ou estamos nos alimentando com toxinas que compramos no supermercado – no mercado espiritual, intelectual e de diversão?

Então a pergunta é: estamos praticando o amor por nós mesmos? Porque nos amar significa amar nossa comunidade. Quando somos capazes de nos amar, de nos nutrir de maneira adequada, sem nos intoxicar, nós já estamos protegendo e nutrindo a sociedade. Porque no momento em que somos capazes de sorrir, de olhar para nós mesmos com compaixão, nosso mundo começa a mudar. Pode ser que não tenhamos feito coisa alguma, mas quando estamos relaxados, quando estamos cheios de paz, quando somos capazes de sorrir e não ser violento na forma de olhar para o sistema, neste momento já existe uma mudança no mundo.

Então, a segunda ajuda, o segundo insight, é que não há uma separação real entre o eu e o não-eu. Tudo o que você faz por si mesmo, você faz para a sociedade ao mesmo tempo. E qualquer coisa que você faz para a sociedade você faz para si mesmo. Este insight é feito muito poderosamente na prática da interexistência do eu.

Extraído do artigo “Building a Community of Love: bell hooks and Thich Nhat Hanh",  Shambhala Sun, Janeiro 2000.
Tradução: Tâm Vãn Lang